segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

QUEM É O MEU ANO NOVO!


 
Cabelos de sabedoria.

Olhos de bondade e esperança.

Boca de verdade e justiça.

Braços de união e alegria.

Mãos de carinho e solidariedade.

Tronco de amor e felicidade.

Passos de determinação.

Este é o meu ano novo!!!

 

 DIOGO_MAR

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O MEU PINHEIRO DE NATAL


 
Raízes de felicidade


Tronco de união


Ramos de amor e solidariedade


Luzes de esperança.


Este é o meu pinheiro de natal!!!



DIOGO_MAR

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

UM NATAL MAIS QUE PERFEITO


 
Lembro aquele natal inesquecível, foi o mais terno e feliz, que a minha família podia ter.
O processo de guarda do Rodrigo, requerido pelos meus Pais junto do tribunal, ficando com a sua custódia, finalmente teve o seu epílogo.
Os meus Pais, em conjunto com o nosso advogado, interpuseram recurso, devidamente fundamentado, de forma categórica e inequívoca, rebatendo a primeira tomada de decisão, que não nos tinha sido favorável.
Reuníamos todas as condições, socioeconómicas, para ficar-mos com o Rodrigo.
Além disso, era-mos uma família solidamente estruturada.
O meu Pai, sabia muito bem esgrimir os seus direitos de Padrinho, e não se deixava vencer facilmente.
Tudo se resume, a uma questão de carater e personalidade, que sou orgulhosamente herdeiro.
Era um homem determinado na luta e defesa das causas.
Esta, era do afilhado, de quem tanto gosta.

A prepotência ditatorial do homem, e das leis, não podem padecer de tão profunda e cruel cegueira.
Acredita em nós Diogo.

Estas palavras e a forte convicção dos meus Pais, deixavam-me tranquilo.
Eu não tecia comentários, sobre o assunto ao Rodrigo, para não lhe elevar, os índices de ansiedade, tinha receio, que cometesse algum ato irrefletido.
Dado adquirido, ninguém da aldeia e da escola, aceitavam que ele fosse para uma instituição, a começar pelo Rodrigo.
Por tudo isto, eu era muito contido no que concerne a esta matéria.
Eram as instruções, que os meus Pais me tinham dado.
Não lhe devia alimentar, falsas espectativas.
Dizia-lhe sempre para ter esperança.
Ele andava muito revoltado, pelo empasse em que estava a decisão, do recurso entreposto.
Mas depositava nos meus Pais, toda a confiança, e desabafava dizendo.

Diogo, só os Padrinhos me podem salvar.

Eu todas as noites, rezava para que tudo corresse a nosso contento.
Fiz uma promessa à Santa Rita, dar-lhe nove velas, tantas como a idade do Rodrigo.
Pedia-lhe, para nos ajudar a ganhar esta questão, e dessa forma dar-me, o irmão que eu tanto queria.
A minha Mãe, depois da gravidez de alto risco, a quando da minha gestação, ficou impossibilitada de ter mais filhos.
Um de nós esteve a morrer, mas felizmente estamos cá os dois, e muito felizes.
Tenho a melhor Mãe do mundo, e eu tudo faço para ser um bom filho.
Ao fim de uma luta titânica, por parte dos meus Pais, fazendo valer o grau de parentesco de Padrinhos, tudo chegou a bom porto.
Foi um processo que esbarrou em vários obstáculos, já que o tribunal, mostrava-se intransigente, em abdicar da decisão de institucionalizar o Rodrigo.
Todos sofremos muito com esse fantasma a pairar sobre as nossas cabeças.
Era uma guilhotina, que a qualquer momento podia decepar a vida do Rodrigo, ferindo de morte, no seu amor-próprio, e a nossa, pelo amor que todos lhe temos.
A frieza e por vezes indiferença, que as mais altas instâncias, abordam e tratam, estes processos, são execráveis.
Eu sempre acreditei, na capacidade e eficiência do meu Pai, e do advogado a conduzir este assunto, tão melindroso.
Por vezes via-o, de semblante carregado, quando lhe preguntava como ia o processo.
Ele era lacónico na resposta, outras vezes algo evasivo, Evitando o meu sofrimento.
Estava ciente da importância que eu dava a adoção do Rodrigo.
O meus Pais sempre me diziam.

Diogo, mantém a calma, tudo está a ser feito com o intuito de trazer para nossa casa definitivamente o Rodrigo.
Temos de dar tempo, ao tempo.
Saber esperar é uma virtude, e devemos saber lidar com isso.
Escuta bem filho.
Faz disto um lema de vida.
Contra a teimosia, nada melhor que a persistência.

Estávamos pela primeira semana de dezembro quando chegou a resposta pela boca do advogado.
Deslocou-se a nossa casa, reunimos na sala.
Aquele hiato de tempo, de abrir a pasta, pegar nas folhas, foram minutos transformados em horas.
Os meus Pais, transpareciam uma calma aparente, eu estava mais tenso.

Diogo, o Rodrigo é teu irmão.
Ganhamos o recurso.
Foi dado o veredito final.

Eu não cabia em mim de felicidade.
O sonho de ter um irmão, realizava-se.
Saltei do sofá, gritando.
Ganhamos ganhamos ganhamos.
Abracei os meus Pais a chorar de alegria.
Com tanta emoção, só sabia agradecer-lhes.
Vi lágrimas nos olhos dos meus Pais.
O semblante do advogado, transparecia felicidade, pelo dever cumprido.
Terminava ali, o caminho tormentoso do Rodrigo, e Os maus tratos, que o Pai, lhe infligia, e o calvário deixado, pelo abandono da Mãe.
Agora juntos, Íamos desbravar novos horizontes, para um traçado de vida em comum.
Partilhar os mesmos Pais, a mesma casa, a mesma mesa e as mesmas brincadeiras.
Deixei que fossem os meus Pais a darem a notícia ao Rodrigo.
Foi no almoço de sábado em minha casa, que lhe foi transmitido, tão ansioso desfeche.
Os olhos tinham um azul cintilante, sedentos por saber qual o destino que o esperava.
Estava de rosto algo fechado, vi-lhe muito medo, daquele momento.
Foi então que o meu Pai, disse.

Rodrigo, este natal vai ser diferente.

Aquela pausa, parecia infindável.

Como assim Padrinho?

Esta casa é tua, o Diogo é teu irmão, nós os teus Pais.

Caiu no choro convulsivo, abraçado a mim, dizia: finalmente somos irmãos!
Não cabia nele, de tanta euforia.

Somos irmãos Diogo!
Deus existe!
A Santa Rita também!

Abraçou o meu Pai dando-lhe um beijo.
Obrigado Padrinho, és um herói.

Rodrigo, não há heróis, à sim, garra e determinação, de lutar pelos nossos objetivos.

Acabou no colo da minha Mãe, momento carregado de enorme singularidade, e afeto.
Já não se lembrava, de ser acolhido, pelo único e melhor regaço do mundo, o de Mãe.

Adoro-te Mãe.
Agora não vos trato por Padrinhos, mas sim por meus Pais.
Tudo vou fazer, para vos retribuir e agradecer, todo o empenho na defesa desta minha causa.
Saberei estar a altura, da aposta que fizeram, e do investimento que vão fazer em mim.
Obrigado Pai, Mãe e mano, aquece-me o coração, poder prenunciar estes nomes.

Rodrigo, vamos-te ministrar os mesmos padrões educacionais do Diogo.
A partir de hoje, tens os mesmos direitos e obrigações do teu irmão.

Sim Pai, é justo que assim seja.

A minha Mãe afagava-lhe o rosto, e cobria-o de beijos, da forma carinhosa que eu bem conhecia.
Fui inundado por uma inusitada felicidade.

Bom, meninos, sabem qual vão ser as vossas tarefas para esta tarde?

O quê Pai?

Preparar o quarto do Rodrigo, e depois uma surpresa.

Qual?

Vamos todos fazer a nossa árvore de natal, este ano ela reveste-se de um significado, redobrado e especial.

Boa, o pinheiro de natal vai-se chamar Rodrigo!

Não Diogo, vamos é deitá-lo no presépio!

Gracejou o meu Pai.
Soltamos em coro, uma sonora gargalhada.
Respirava-se um ar pleno de felicidade.

Agora meninos, acabou o secretismo relacionado com o processo do Rodrigo.
Quanto aos trâmites que faltam, nos próximos dias tudo ficará concluído.
Já podem dizer na aldeia, e na escola que ele está definitivamente em nossa casa, e que faz parte integrante da nossa família.
Assim se faz o natal!!!

 

DIOGO_MAR